Por isso, os moradores tem orgulho de serem daqui e referem-se a si próprios como "Trianeros" ao invés de Sevilhanos, conheci uma senhora com idade bem avançada, que me disse orgulhosa que nasceu, cresceu e viverá aqui até a sua morte. Também não é difícil encontrar em lojas de lembranças objetos com o nome do bairro no lugar do nome da cidade.
Vista da Puente de Triana ou Puente Isabel II - do lado esquerdo, Sevilha, e do lado direito, Triana.
O bairro conta com uma rua, a Calle San Jacinto, ponto comum para turistas, onde se localizam diversos bares e lojas, ao final (ou começo) se encontra a Puente Isabel II, construida entre 1845 e 1852, é mais conhecida como Puente de Triana. Junto a ela já é possível ver pontos importantes.
Uma estátua que reúne as características da cultura Trianeira, localizada na Plaza Altozano, representa a deusa Astarte, o flamenco (violão), entre outras coisas da cultura Trianera.
E também a estátua de Juan Belmonte, um grande toureiro Trianeiro, considerado o fundador da tourada moderna.
Logo a direita é possível avistar dois pontos importantes, a Capilla del Carmen e o Mercado de Triana.
Atrás da Capilla, se encontra o Castillo de San Jorge, onde hoje se encontra apenas algumas ruínas, ele foi devastado pelo "crescimento" do Rio, que fica ao lado e também pelo abandono e descaso. Esse Castillo surgiu em 1171 e durante o século XV foi sede da inquisição.
Não distante dalí, há a Calle San Jorge, onde se encontra a antiga fábrica de cerâmica Santa Ana, junto a ela outras fábricas disputam espaço. Antigamente Triana era uma grande produtora de cerâmicas, compondo desde objetos até as sacadas das antigas casas da região.
"Oficio nobre e bizarro. Entre todos o primeiro, pois foi na indústria do barro
Deus foi o primeiro oleiro. E o homem o primeiro vaso"
Ainda temos a Calle (rua em português) Rodrigo de Triana, que recebeu esse nome em homenagem ao marinheiro com esse nome, nascido em Triana. O primeiro espanhol que viu a América e gritou a famosa frase "Terra à vista!". Seu nome inclusive é mencionado diversas vezes no diário de bordo da primeira embarcação espanhola que chegou a América:
"A otro dia seguiente, que fue 11 de octubre del año de 1492, dijo Rodrigo de Triana: 'Tierra, tierra', a cuya tan dulce palabra acudieron todos a ver si decia verdad; Y como la vieron, comenzaron el Te Deum laudamos, hincados de rodillas y llorando de placer".
Nesta rua se encontram as tradicionais escoladas da dança Flamenca, a famosa dança espanhola que surgiu em Andaluzia, no Sul da Espanha.
Aqui em Triana também é possível ver as tipicas casas sevilhanas que contém essas entradinhas, como um pequeno pátio, em geral com uma fonte, que fica com as portas abertas à rua.
A famosa igreja de Santa Ana, é como se fosse a Catedral de Triana. Claro que Sevilha possui uma grandíssima catedral, mas os trianeros possuem a sua própria. Ela foi construída em 1276, por ordem do Rei Afonso X, e possui o estilo gótico-mudéjar, dela saem grandes procissões nas festas da semana santa (feriado muito típico e apreciado aqui na Espanha).
Por essa pequena porta saem as procissões, para que se passem com as alegorias que são carregadas
por pessoas, elas se ajoelham e cruzam a porta ajoelhadas.
Por fim, a Calle Betis, muito conhecida por aqui, conecta a Plaza de Altozano à Plaza de Cuba, possui diversos bares que contam com a vista do Rio Guadalquivir e da cidade de Sevilha na outra margem, com a vista em primeiro plano do "Paseo Cristóbal Colón", onde se encontram alguns pontos turísticos como a Torre del Oro, a arena de Tourada, entre outros, e em segundo plano, da Giralda, alem da vista para a Puente de Triana.